Nesta terça-feira (8), o Brasil iniciou oficialmente sua participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022, a COP 27. O painel apresentado pelo país contou com a presença de representantes nacionais e do setor produtivo brasileiro e do Egito, que destacaram o papel do Brasil como uma liderança energética, enfatizando o potencial brasileiro na nova cadeia de suprimentos do planeta e sua agropecuária limpa.

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, esteve entre as autoridades que marcaram presença na conferência. Ele reiterou a importância do setor privado priorizar a energia verde e afirmou que, apesar de o Brasil aparecer na COP como uma potência na agricultura, indústria e energia, o país real ‘utiliza tecnologias modernas e oferece a agricultura tradicional mais generativa do mundo’. Foi o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia, Marcelo Thomé, que ressaltou o objetivo do Brasil no incentivo à economia de baixo carbono. Ele explicou que a participação do país na conferência é resultado do esforço e da parceria entre governo, sociedade civil e setor privado, que objetivam expor as boas experiências da indústria. Esse objetivo também foi reiterado pelo gerente de Competitividade do Sebrae, César Rissete, que afirmou que a instituição enxergou na COP uma oportunidade de mostrar a realidade brasileira. Segundo Rissete, a potencialidade energética do país é resultado da integração de inovação e empreendedorismo. “Os pequenos negócios brasileiros já dominam um conjunto de soluções e tecnologias desenvolvidas no Brasil, inclusive com escala comercial. Queremos incentivar a utilização da energia verde em toda a cadeia de valor e romper fronteiras”, disse.

A expectativa do país em relação à COP 27 foi abordada pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Murilo Ourenço. “Consideramos a COP um momento ímpar para que possamos mostrar o Brasil na condição de potência de escala mundial agro, ambiental e energética. Temos mais de 6 milhões de produtores rurais conscientes das metas nos termos do Acordo de Paris”, afirmou. O secretário de Clima e Relações Internacionais, Marcos Paranaguá, complementou reiterando que implementar o Acordo de Paris está entre os objetivos do Brasil. De acordo com Paranaguá, o país, além de oferecer diferentes opções de investimento, também exporta produtos com pegada de carbono mais baixa.

A secretária de Biodiversidade no Ministério do Meio Ambiente, Julie Messias, não deixou de destacar o papel essencial das pessoas no processo de transição energética. “Toda a nossa programação está focada na energia verde produzida no Brasil, na importância da conservação dos biomas, na segurança alimentar de forma sustentável e com conservação. E as pessoas são fundamentais para esse processo, pois elas estão na realidade”, considerou a secretária.

A COP 27, que acontece em Sharm El Sheikh, no Egito, iniciou suas atividades no último domingo (6) e acontece até o próximo dia 18 de novembro.