O PIB brasileiro terá uma queda de R$ 8,2 bilhões neste ano, devido à alta no preço da energia elétrica. Os números são do estudo “Impacto econômico do aumento no preço da energia elétrica”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para 2022, a previsão é ainda pior, chegando a R$ 14,2 bilhões.

Ainda de acordo com o estudo, o consumo das famílias neste ano se reduzirá em R$ 7 bilhões, as exportações terão perdas equivalentes a R$ 2,9 bilhões e o impacto no emprego será de menos 166 mil postos de trabalho. Já em 2021, o PIB industrial, que inclui indústrias extrativa e de transformação, serviços industriais de utilidade pública e a construção, deve se reduzir em R$ 2,2 bilhões em comparação ao que seria sem o aumento de custo da energia elétrica. Somente o PIB da indústria de transformação ficará R$ 1,2 bilhão menor neste ano.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, aponta o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas como principal responsável pela crise hídrica, o que limita a produção de energia mais barata e obriga o uso das termoelétricas. Contudo, a elevada tarifa da energia elétrica no país que contém 16 encargos, impostos e taxas setoriais incorporados à conta de luz e correspondem a 47% do custo total da tarifa de energia também é um grande problema.

Andrade lembra ainda que o custo da energia elétrica já era um dos principais entraves ao aumento da competitividade da indústria brasileira, antes mesmo da crise hídrica. No ranking do estudo Competitividade Brasil 2019-2020, elaborado pela CNI, o Brasil aparece na última posição, entre 18 países, no fator Infraestrutura de energia, devido ao custo elevado da energia elétrica e à baixa qualidade no fornecimento.