Passado, presente e futuro incerto estão se confundindo em um dos empreendimentos mais arrojados instalados na cidade de Gravatá, no Agreste Pernambucano. A Cerâmica Gravatá S.A. é, atualmente, um complexo de instalações desativadas de uma das poucas indústrias do País que conseguiram produzir conexões e tubos cerâmicos vitrificados, de em conformidade com as normas exigidas. Foi nesse ambiente que o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE),  Evandro Alencar, foi conhecer as instalações, os produtos e o proprietário, o ceramista Walter Denis.

O objetivo da visita foi explicar a importância, durabilidade e as especificidades da técnica e do material utilizados para a fabricação da cerâmica antes produzida no local. O ceramista discorreu sobre os produtos com 100 anos de garantia, acrescentando que, graças a uma ideia sua, com adaptação em um dos equipamentos utilizados na produção da cerâmica, conseguiu a proeza de produzir um tubo de 2m45cm. A máquina, ainda no galpão desativado, assim como outras que complementavam a produção das peças, parece servir de troféu para o ceramista. No mesmo estado estão ainda os fornos que, redondos e em forma de concha, também fogem do modelo padrão utilizado à época.

De acordo com Walter Denis, o material natural produzido para a execução do esgotamento sanitário foi, algumas vezes, premiado em nível nacional. Em 2000, a Cerâmica Gravatá foi selecionada e indicada pela International Quality Service para receber o título de Quality Leader,  em Cerâmica, no Brasil. “No que concerne a qualidade, todos os materiais comercializados ao longo de sua existência se encontram perfeitos e em operação nas obras de esgotamento sanitário e outras, em muitas regiões brasileiras e na África”, concluiu.

No fim, o presidente Evandro Alencar perguntou a Walter Denis como o Crea-PE poderia contribuir para ajudar a mudar o atual panorama da empresa. Com 82 anos de idade, o ceramista disse que não há mais saúde para retomar a produção, mas defende que com a manutenção da técnica é possível erradicar grande parte das doenças causadas pela falta de esgotamento sanitário no País.