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A quarta revolução industrial já está atuante em seu negócio?

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Indústria 4.0

A quarta revolução industrial já está atuante em seu negócio?

A compreensão do conceito de Indústria 4.0 pela sua empresa, que deve avaliar como está hoje e para onde pode ir

Por Manu Souza | Imagens: Antonio Cruz/Agência Brasil, Cerâmica City

A quarta revolução industrial ou Indústria 4.0 é um termo que integra diversas expressões que você, certamente, tem ouvido por aí, mas ainda não se deu conta. Internet das coisas, big data, inteligência artificial e armazenamento em nuvem são apenas algumas delas.

A quarta revolução industrial se caracteriza por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão do mundo físico, digital e biológico e as principais tecnologias que permitem a fusão desses mundos são a Manufatura Aditiva, a Inteligência Artificial (IA), a Internet das Coisas (IoT), a Biologia Sintética e os Sistemas Ciber Físicos (CPS).

Segundo informação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a participação da indústria de transformação no PIB, que já havia atingido mais de 20% em meados da década de 1980, reduziu para próximo de 11%, fruto de mudanças na estrutura produtiva do país e dos novos modelos de negócios trazidos pela disrupção tecnológica. Segundo levantamento da ABDI, a estimativa anual de redução de custos industriais no Brasil, a partir da migração da indústria para o conceito 4.0, será de, no mínimo, R$ 73 bilhões/ano. Essa economia envolve ganhos de eficiência, redução nos custos de manutenção de máquinas e consumo de energia. Apesar disso, os dados apontam a quarta revolução industrial como uma oportunidade para o país.

Evolução industrial

As três primeiras revoluções industriais trouxeram a produção em massa, as linhas de montagem, a eletricidade e a tecnologia da informação à indústria. Isso elevou a renda dos trabalhadores e fez da competição tecnológica o centro do desenvolvimento econômico. A quarta revolução industrial, que tem impacto mais profundo e importante, se caracteriza por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão do mundo físico, digital e biológico.

Nestes sistemas, as máquinas estão interconectadas, conversam e trocam comandos entre si, armazenam dados na nuvem, identificam defeitos e fazem correções sem precisar de ajuda. Assim, é possível produzir mais, a preços menores e de forma mais inteligente. Opções em softwares e startups são muitas, em diversas áreas e tipos de mercado, que oferecem soluções com foco na facilidade de interação entre as áreas.

Uma história de sucesso

Gabriel Medeiros, diretor da Agence Rio, tem vasta experiência no desenvolvimento de startups e conta que se adaptar será o grande diferencial dos próximos anos. “A comunicação se divide em pré e pós-redes sociais. Antes, as marcas não tinham ‘obrigação’ em se relacionar com seus clientes de forma individual. As redes sociais se tornaram um canal ativo de troca de informações e reclamações entre clientes e marcas. Basta ver o tamanho da plataforma Reclame Aqui. Então, não tem para onde correr. Ou você aceita (como marca) trabalhar todos os canais de relacionamento e venda pela internet, ou você começa a perder adesão e, principalmente, a atenção do seu consumidor. Depois que você perde esses dois fatores é muito difícil reconquistar o seu público, e aí você começa a perder faturamento para o seu concorrente, que usa todos esses canais”.

Publicitário de formação, Medeiros sabe do que está falando. Quando ninguém acreditou em sua ideia para desenvolver um aplicativo de solidariedade, ele mobilizou pessoas e desenvolveu o Perdi mas Achei, um app de achados e perdidos, totalmente gratuito e que vem ajudando usuários em todo o Brasil. Com três anos no ar, o app já contabiliza mais de 20 mil cadastros. “Solidariedade nunca sai de moda. O nosso grande desafio desse projeto foi convencer as pessoas que podia dar certo. Com um cenário político como o nosso, cheio de corrupção, ninguém acreditava na nossa proposta. Mas nós realmente queríamos transformar a minoria em maioria. Claro, ouvimos muito não no começo, mas hoje podemos dizer que o serviço de achados e perdidos digital vingou. Então, o que impede que qualquer outro setor, com uma ideia – mesmo que mirabolante – inicie a sua própria inovação? Nada! Os empresários precisam mesmo é sair do lugar comum, da zona de conforto. É aquela história de pensar fora da caixa”, indica o desenvolvedor.

Trazendo a questão para o setor da cerâmica vermelha, Medeiros aconselha: “As cerâmicas estão perdendo faturamento enquanto os pedidos continuarem a chegar apenas por telefone e e-mail. Existe um mundo de pessoas que querem conhecer o segmento cerâmico, que simplesmente não usam mais telefone fixo e raramente dão importância ao e-mail. Essas empresas devem estar presentes, postando conteúdo diário no Instagram, Facebook e principalmente vendendo via e-commerce. Incluir uma cultura digital dentro nas cerâmicas é um dever para ontem. Criar um plano de conscientização de dentro pra fora, desde o dono ao chão de fábrica. Compreender como esse mundo da internet funciona, para que no próximo passo comecem a se vender no online. É necessário entender a importância do mundo online para que a relação e venda (faturamento) na internet comece a acontecer”.


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