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PSQ atesta a qualidade do produto cerâmico

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Qualidade Cerâmica

PSQ atesta a qualidade do produto cerâmico

Dispositivos legais exigem a qualificação no Programa de Qualidade Setorial, mas mercado ainda apresenta um cenário desfavorável

Por Manu Souza | Fotos: Manu Souza, Anicer e divulgação

C om a finalidade de melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva, o Ministério das Cidades desenvolve o PBQP-H – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, com o envolvimento de toda cadeia produtiva da construção civil, da qual fazem parte as empresas fabricantes de materiais, componentes e sistema construtivo. Dentre as ferramentas estabelecidas no PBQP-H, o Programa Setorial da Qualidade (PSQ) auxilia os fabricantes a enquadrarem seus produtos conforme a normatização técnica brasileira e processos de acordo com mudanças competitivas. No âmbito da indústria de cerâmica vermelha, a Anicer é hoje a entidade mantenedora, responsável pela implementação, gerenciamento e manutenção dos PSQs de Blocos e Telhas Cerâmicas.

A adesão à Qualificação no PSQ se dá por meio de um processo simples. Após o pagamento das taxas, são executados três ensaios consecutivos no material produzido e se os resultados estiverem conformes às normas, a empresa passa a ser qualificada. A manutenção da qualificação é realizada a cada três meses, através de um novo ensaio. Outra ação do programa é o combate à não conformidade intencional dos produtos para monitorar e reduzir o número de irregularidades no mercado. “Estamos empenhados em levar mais empresas para o PSQ, colocando para eles a importância disso, pois se mais empresas aderirem, poderemos trabalhar mais a não conformidade e, em contrapartida, o desenvolvimento de todo o setor”, disse o presidente da Anicer, Natel Moraes.

A Anicer tem um acordo de cooperação com o Senai, que consolida a parceria entre as duas instituições e torna o Senai de Três Rios (RJ), através do Núcleo de Tecnologia em Cerâmica, a Entidade Gestora Técnica (EGT) responsável pela conclusão do relatório que aponta as empresas com produtos conformes e não conformes. As ações de combate à não conformidade consistem em coletar amostras nas revendas e levá-las para realização de ensaios nos laboratórios participantes do programa, onde é verificado o grau de conformidade e apresentado em forma de relatório. “O Senai é uma instituição reconhecida nacionalmente e apoia o Programa Setorial da Qualidade desde o início, com implantação dos laboratórios, capacitação dos técnicos, auditorias no sistema de gestão da qualidade, etc. A Entidade Gestora Técnica (EGT), da Firjan Senai Três Rios, é acreditada a Cgcre e passa por auditorias anuais a fim de garantir que o sistema de Gestão da Qualidade atenda a todos os requisitos normativos da ABNT NBR 17.065:2013 e da Portaria do Ministério das Cidades n° 332, de 20 de Junho de 2014. Por não estar vinculada a nenhuma empresa, a EGT é totalmente imparcial e toda tomada de decisão sempre é realizada por técnico capacitado. A avaliação da conformidade dos produtos alvo e toda informação contida no Relatório Setorial é de total responsabilidade da EGT”, explica o Responsável da Qualidade – Analista de Operação Setorial – Firjan Senai Três Rios/RJ, Lucas Lopes.

No mercado da construção civil, dispositivos legais exigem dos fabricantes de materiais, componentes e sistemas construtivos a comprovação da qualidade e de atendimento às normas, como a emitida pelo PSQ através do atestado de qualificação, para a participação em obras do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, e em projetos de engenharia e arquitetura com financiamentos da Caixa Econômica Federal (CEF), como a resolução nº 735/2013, publicada pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que exige a qualificação no PSQ de todos os materiais usados em quaisquer imóveis financiados pela Caixa com recursos do FGTS.

Estas exigências abrem um grande nicho de mercado para as cerâmicas qualificadas, o de compras governamentais, e facilita a articulação com fornecedores. “Para as empresas que pretendem atender projetos ligados à CEF e BNDES, é fundamental estar em algum programa de qualidade reconhecido pelos órgãos. Quando a empresa se engaja em programas de qualidade, tem como benefício direto a melhora do controle dos processos e ganhos na regularidade dos produtos e benefícios indiretos, que são importantes, como a melhora geral da gestão do negócio”, afirma o diretor de normas técnicas da Anicer e presidente da Acervir/SP, Sandro Roberto da Silveira. Também proprietário da Cerâmica Palma de Ouro, localizada no município de Elias Fausto (SP), Silveira buscou a qualificação no PSQ quando esta começou a atender as obras vinculadas à Caixa Econômica Federal, em que as construtoras exigiam a qualificação. “A partir da qualificação pudemos participar das obras ligadas à CEF e ao BNDES e hoje temos um controle melhor do processo produtivo que nos trouxe uma otimização das instalações da empresa”, destaca.


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